O confronto com múltiplas impossibilidades de ser e expressar quem é afastou Paulo Pascoal da sua essência. “Já houve muitos momentos em que tive vergonha de ser quem eu era (…) vergonha de as pessoas verem em mim algo que eu queria esconder”, recorda, numa conversa que é uma viagem por vários “choques” de identidade. Com passagem, nos últimos oito anos, pelo desafio de viver em situação de ilegalidade. “Nunca pensei que as minhas possibilidades fossem ser sabotadas ou boicotadas por causa das minhas subjetividades”.
Angolano nascido em Lisboa, Paulo Pascoal trabalha em rádio, televisão, teatro e cinema, meios nos quais se destaca, há mais de duas décadas como ator, apresentador e locutor. Com formação na prestigiada The Juilliard School de Nova Iorque, junta aos conhecimentos em artes cénicas um mestrado em Estudos Culturais Africanos.
Desde 2014 a viver em Portugal, depois de estudar em Espanha e também nos EUA, foi por cá que se tornou “preto” e “ilegal”, categorias indissociáveis da sua história, igualmente marcada pelas lutas ativistas, pela música e pela moda.